terça-feira, 27 de maio de 2014

"NOVO MUNDO"

Equilibrar-se entre o real e o surreal... Aqui não é o suficiente... Então vamos nos trancar no quarto, ouvir Nick Cave e imaginar e corporificar nossa loucura, nossos desejos... Vamos viver nosso universo pararelo, onde não há rotulação, nem finanças, nem nada... Apenas a boa e velha utopia. E depois, vamos abrir a porta, respirar bem fundo e ir pra rua, de fato, viver. E talvez possamos enxergar nessa paranoia, pequenos fragmentos do nosso universo, pessoas tão esquisitas quanto nós (sim, esquisitas, adoro essa palavra, e vou usá-la como eu quiser.) Se quisermos, podemos ver a cada nascer do sol uma silenciosa ternura, no sorriso de uma criança, a inocência, nos olhos de quem amamos um abrigo puro... E no entardecer, se olharmos para o horizonte, teremos então, aquela sensação utópica... E estaremos na linha que divide real e surreal. Estaremos na linha da loucura e da sanidade. Estaremos na linha da humanidade!
Viva. Abra os olhos. Calce os sapatos e ponha os pés para fora de casa. Assistir apenas, com os pés descalços e nuvem nas veias, não é opção.Detesto calçar sapatos... É uma formalidade
No mundo em que vivemos, é uma obrigação. Na nossa nação utópica, todos andarão descalços e serão livres para ser presidentes de suas aspirações.Em nossa nação utópica, vizinha fronteiriça de Parságada, onde todos podem ser amigos do rei, não coroaremos pessoas, mas sim apenas conceitos intocáveis, nosso governo será anarquico e cada um será livre para cuidar de sua própria alma.Assim seja...Na verdade, precisamos renascer! Em uma nova era.... Onde não exista individualismo. Onde não exista posse.Pois bem. Vamos fundar nossa nação

CONTRIBUIÇÃO POÉTICA DE MILEIDE MOURA




LIBERDADE?

Estamos presos!
Até para se expressar, somos obrigados a seguir um padrão culto da língua...
As palavras precisam ter coerência, concordância nominal, verbal. A poesia precisa ter métrica perfeita... Como se nossos pensamsntos fossem assim. Atores presos à textos e marcações, dançarinos presos à coreografia.
Estamos presos, a leis, tradições, ao nosso corpo.
A ideia é se expressar, se libertar... Mas se até a liberdade é milimetricamente presa, como faz?
Quando de fato seremos livres?


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Reflexo de um Mundo "Evoluído"

Vazio agudo no Universo....

Copos transbordando tristeza e decepção
Existências vazias
Amores falidos, empresas fracassadas
Passarinhos pressos, rosas que não exalam perfume
Mulheres que não sonham, homens que não sonham...
Crianças que sonham demais...
Estrelas que choram, o Céu que não quer mais nascer...
VOCÊ ENTREGOU SUA ALMA DE BANDEJA E ELA FOI DESPEJADA NUMA PANELA E DEPOIS DEVORADA PELOS LOBOS DOS SEUS SONHOS MAIS SOMBRIOS.
A Terra nunca esteve tão desesperada por alento.
Sobre sentimentos não sei nada... De amor, de tristeza, de catarse, não compreendo nada disso.
Sei que devido a maneira que foram rotulados, em alguns momentos devo sentir...
Mas já tive a impressão de que nos períodos amorosos e felizes eu estava tão entediada. E nos períodos amargamente triste, eu estava me sentindo muito bem.
Eu não compreendo mesmo...
Talvez, única previsibilidade é saber que depois de um grande extase virá, invariavelmente, alguma tristeza...
Talvez eu seja um reboliço de sentimentos caminhando por aí.









Escrevo. E me perco entre tantas palavras e sentimentos mesquinhos... Vivo na beirada de uma folha de papel, pronta para,ser virada e deixada para trás... Me sinto como um poema de Sarah Kane, ou como um dos fragmentos de Virginia Woolf.
Para a caneta contei meus segredos obscuros e desejos sujos e ela compreende muito bem.
No final das contas, não quero acabar no fundo de uma gaveta mofada... Quero ser lida, interpretada, apreciada e ser apresentada ao mundo em minha verdadeira forma.