Há um aperto no ônibus, nos prédios, em casa, na vida... Vivemos apertados... apertados de contas, apertados para usar o banheiro...Há um aperto na praia em Janeiro, há um aperto na fila do banco, há um aperto em casa e na vida... Há um aperto no peito...
sexta-feira, 18 de abril de 2014
APERTO
Há um aperto no ônibus, nos prédios, em casa, na vida... Vivemos apertados... apertados de contas, apertados para usar o banheiro...Há um aperto na praia em Janeiro, há um aperto na fila do banco, há um aperto em casa e na vida... Há um aperto no peito...
CARTA I
“Uma
carta sobre cabelo”
Hoje em dia não tenho mais tanta
vontade de sorrir, como tinha naquele tempo que você trançava meu cabelo e
arrancava minha roupa. Lembra-se?
Parecíamos duas borboletas voando
entre os lençóis, éramos tão jovens...
Ontem eu cortei meu cabelo. Foi
como passar uma faca no meu peito... Mas os cravos estavam murchos e as rosas
já não tinham um cheiro muito agradável... Os galhos estavam secos... Não tenho
mais tanta vontade de sorrir.
Lembra aquela noite luminosa? O céu
negro e profundo... Eu e você, no calor de nossos braços, dormimos no telhado.
Pela manhã, você trançou meu
cabelo, e nos abraçamos forte. Era cinco e pouco da matina, o violeta
mesclava-se com um rosa queimado trazendo o sol, e nós dois no telhado, éramos
tão jovens...
Ontem eu dormi no sofá, entre um
tanto de contas atrasadas e cartas de amor. Estava frio, e não tinha seus
braços morenos pra me aquecer, pensei que ia morrer de frio, mas não morri.
Hoje já não sou tão jovem, meu
cabelo não é tão bonito e sinto muito frio...
Lembra quando você tirava rosas
dos meus cachos? Onde é que você está?
Estou com abstinência dos seus
beijos e de como você apertava a minha mão. Mais que isso, sinto falta de
quando acordávamos no domingo de manhã e antes de irmos à praia, você tirava
orquídeas amarelas do meu cabelo e enfeitava a mesa da sala.
Onde você está? O telhado é tão
frio sem você...
Amor... E se não nascer mais
flores em meu cabelo? È que ontem estava com tanta raiva de você... Odiei-te
tanto, por sair e não deixar um bilhete avisando se pelo menos voltaria me
deixar nesse frio cortante, que cortei! Cortei tudo... E agora?
Será que sobrevivo sem meu jardim
na cabeça? Será que sobrevivo sem você?
Lembra de quando você disse que
teríamos uma filha? Eu queria te-la nesse momento,talvez não me sentiria tão
sozinha ou com tanto frio... Nós éramos tão jovens.
Amor lembra-se das margaridas de
verão? Nessa época a gente tinha dormido naquele sofá velho que ficava em cima
da laje, você adora tirar as margaridas do meu cabelos e me dar de presente,
sorrio ao lembrar disso. Eu não sorria há tanto tempo...
Enfim, minhas flores murcharam,
meus sorrisos morreram, minha filha nunca a tive, o telhado é frio... Você
nunca me pertenceu...
Amor, só lembrando, avise-me
quando for voltar ( sei que não fará isso, sei que não vai voltar) para eu
deixar meu cabelo crescer pra você trança-los e sermos jovens novamente.
Está saindo uma raiz! Se conheço
bem... só pode ser um lírio! Estou rejuvenescendo amor!!! Sem você.
Onde você está? Você adorava os
lírios.
O Sol se pôs e você não voltou...
PALAVRA, CÉU E AMOR
Com certa frequência ouvimos que o signo da sociedade contemporânea está centrado no sentido visual e que a palavra vem perdendo espaço para a imagem. Analisando sob outro ponto de vista, no entanto, a palavra está em tudo que cerca o nosso cotidiano e marca as explosões contemporâneas – está na lamentação diária do Facebook, nos cartazes das manifestações que reivindicam, na brevidade do SMS e do Twitter, nas pichações que conversam com a paisagem urbana… A palavra mais bem explodiu, se descolou do texto e ganhou novos contornos, a palavra está em expansão.
No entanto a palavra poética que dá alento a nossas almas precisa ser digerida ao menos uma vez por dia. O corpo precisa de alimento. A essência também.
Tudo parte da sensibilidade e da observação.
Apresento à vocês o ESCRITAS DE CÉU E DE AMOR.
Por que Céu?
Céu é o nome pelo qual se conhece o panorama obtido a partir da Terra ou da superfície de outro astro celeste qualquer quando se olha para o universo que os rodeia.
Em ausência de atmosfera o céu mostra-se negro, e nele destacam-se nitidamente as estrelas e demais astros. Em presença de atmosfera, durante o dia, o céu terrestre mostra-se azulado, e a dispersão da luz estabelece intensidade média de luz que normalmente ofusca os demais astros celestes à exceção do sol e da lua, não sendo aqueles visíveis no céu durante o dia.
Nuvens e outros elementos climáticos também afetam o céu, determinando por vezes belos panoramas. As auroras constituem outro exemplo entre os fenômeno atmosférico que podem influenciar diretamente o céu, não obstante fazendo-o de forma a embelezá-lo.
O céu é a minha principal fonte de inspiração e uma das maiores riquezas da humanidade.
Por que Amor?
Quando se fala em amor a primeira coisa que vem a cabeça das pessoas é a relação afetiva entre duas pessoas. Mas cá entre nós... amor é muito mais que isso. Sobre o céu tenho uma definição fixa, sobre o Amor não, afinal detesto rotulações...e o amor, sentimento muito íntimo e acredito que cada um deve ter o seu.
Juntando o céu (objeto de pertencimento mútuo) e o amor (sentimento individual) obtemos as escritas, poéticas ou não, dramáticas ou cômicas. E espero despertar um interesse gradativo nos leitores a respeito do Céu... do Amor... e da Vida!
p.s. TODAS AS FOTOS DE CÉU QUE SERÃO POSTADAS, EU MESMA RETRATO DO QUINTAL DA MINHA CASA.
Foto tirada no dia 12 de Abril de 2014 às 5h48
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