terça-feira, 20 de outubro de 2015

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Eu queria muito
Ter perdido a pureza
Num desses prostíbulos da vida...
Que um velho bêbado qualquer
Também tivesse me fodido gostoso
Me batido na cara,
Me sugado, até a última gota de líquido de gozo.
Assim mesmo...
Sem amor, carinho ou afeto.
Só invasão, dominação, tesão.
Queria muito que a minha primeira vez
Tivesse sido num banheiro público
Sujo
Amargo
Imundo
Com algum desconhecido
Que me lançasse um olhar sacana no metrô.
Queria que a única coisa que ficasse dele
Fosse as marcas de mordidas nos seios e hematomas nas coxas.
Entretanto, eu fiquei nua pra você
Despi tudo minuciosamente
Cê vislumbrou silhueta, curvas
Os desenhos e os traços da carne
E em mim ficou marcado seu cheiro
Seu prazer se impregnou.
Você foi cuidadoso, afetuoso...
Sorriu pra depois que tudo acabou.
Teria sido mais simples
Se tivesse apenas me comido
E ido.
Mas você insistiu em ficar até de manhã.
E agora me causou tanta confusão
Que eu nem sei mais
O que é amor ou tesão.
O que é você e o que sou eu
O que é nós.
Nós?

Crédito da Imagem: Gabriel Corrêa