segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O SOLDADO E BAILARINA: UM DIA EM 64


Era verão
Sob o sol quente
Ela dançava com os pés no chão.
Tinha uma bonita alma
Sorriso elegante, sorriso belo
E vivia com calma.
Ana Terra era seu nome.
E como boa artista
Saciava a alma, mas não a fome.
Ele, soldado Ricardo Torres
Apesar de belo
Nunca morreu de amores
Tinha um compromisso com a pátria amada
Que apesar de ser pátria
Não era mais idolatrada.
Era um defensor do bem maior
Era mais fácil usar batina
Do que se atrever a apaixonar-se
Por uma bailarina.
Mas não foi assim que o destino propôs.
Na perdida noite de 64
Ela não estava em seu quarto.
Foi pra rua.
Gritar e protestar junto com a Lua.
Pelos soldados foi pisada, abusada e maltratada.
Acordou assustada
e por ele
Havia sido apanhada.
Nesse primeiro momento se odiaram.
Ela com seus amores utópicos
E ele com seus amores ideológicos.
E por serem extremos, eram dois sóis.
E agora mal podiam saber.
Que em breve estariam em maus lençóis.



(Continuação em Breve....

segunda-feira, 4 de agosto de 2014